Um país se faz com homens e livros. Monteiro Lobato

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Poesia a gente inventa...




Anúncio de Zoornal I
Troca-se galho d’árvore
novo em folha, vista pra mata
por um cacho de banana
da terra, nanica ou prata.

CAPARELLI, Sérgio. Come-vento. Porto Alegre: L&PM, 1988. p. 11.




Atenção! Compro gavetas,
compro armários,
cômodas e baús.
Preciso guardar minha infância,
os jogos de amarelinha,
os segredos que me contaram
lá no fundo do quintal.
Preciso guardar minhas lembranças,
as viagens que não fiz,
ciranda cirandinha
e o gosto de aventura
que havia nas manhãs.
Preciso guardar meus talismãs
o anel que tu me deste,
o amor que tu me tinhas
e as histórias que eu vivi.


MURRAY, Roseana. Classificados poéticos.
Belo Horizonte: Miguilim, 1987. p. 6.


Anúncio de Zoornal
Vende-se uma casa
de cachorro pequinês
dê um osso de entrada
e trinta a cada mês.

CAPARELLI, Sérgio. Come-vento. Porto Alegre: L&PM, 1988. p. 11.





Procura-se um equilibrista
que saiba caminhar na linha
que divide a noite do dia
que saiba carregar nas mãos
um fino pote cheio de fantasia
que saiba escalar nuvens arredias
que saiba construir ilhas de poesia
na vida simples de todo o dia.

MURRAY, Roseana. Classificados poéticos. Belo Horizonte: Miguilim, 1987. p. 6.



PRODUÇÃO TEXTUAL
1) Pensem em objetos e situações que incomodam vocês e que estão no seu cotidiano.
Organizem uma lista com o que vocês pensaram.
2) Pensem em objetos, pessoas e situações que vocês queriam para a sua vida. Façam
uma lista do que pensaram.
3) Agora, cada um vai decidir: quer “vender” o que é da primeira lista? quer comprar, ou procurar
alguma coisa da segunda lista? quer trocar alguma coisa da primeira por outra da segunda?
4) Decidiram? Então escolham o verbo que cabe e criem um anúncio literário. Pode ser
em verso ou não, engraçado ou mais emotivo.
5) Lembrem-se: o anúncio deve ser curto, até para causar impacto.

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